#12 | Troquei um cappuccino ao ar livre pelo silêncio do meu lar
às vezes o silêncio fala mais que as palavras
Semana passada pensei em escrever meu próximo texto num café. Tive essa ideia enquanto fazia 45 segundos de bike - era uma segunda-feira, óbvio que eu estava no auge da empolgação do início de semana.
O plano era escolher um lugar legal para ir sábado à tarde e tomar um cappuccino ao ar livre, deixando o ambiente me levar para as palavras. Na verdade, eu até já sabia onde eu queria ir, porque já conseguia imaginar qual seria a mesa que eu gostaria de sentar. Já estava programando o meu setup criativo - seria uma explosão de criatividade.
Óbvio que eu estava empolgadíssima até o meio da semana, fazendo mil planos porque seria um final de semana lindo de sol depois de alguns dias de chuva.
Pois bem, o final de semana chegou e depois de uma sexta-feira intensa de trabalho até tarde, eu quis dormir até um pouco mais tarde. Foi um sono restaurador - tudo o que eu estava precisando depois de uma semana intensa.
Fui preparar um café quentinho e tive uma sensação tão boa nessa manhã. O sol já batia na sala, deixando o ambiente bem iluminado como se me abraçasse e falasse: fica aqui.
Wow, exatame assim! Era como se fosse uma mensagem em silêncio, eu apenas senti a minha casa me acolhendo, como se ela soubesse do que eu estava precisando para me sentir ainda melhor.
Naturalmente, fiquei. Mesmo dividida entre, fazer algo diferente, como escrever ao ar livre e ver um filme no sofá fofinho cheio de cobertores era a cereja do bolo para me reconectar. E eu nem sabia que estava precisando.
Ter aproveitado não apenas o sábado, mas também o domingo no mesmo mood fez eu descansar e relaxar. Sem saber que esse silêncio era o convite para eu mesma me acolher no lugar mais precioso e genuíno - o meu lar.
Entendi que, por mais que o dia estivesse lindo, ensolarado e super convidativo para um café delícia ao ar livre, não seria tão gratificante quanto estar curtindo a beleza que é a minha presença completa e sem distrações.
Eu por inteira comigo mesma. Leve, tranquila e ouvindo a mensagem que o silêncio queria me dizer. Nem sempre é verdade que queremos o que queremos. Lá no início, eu esquematizei um planejamento que no fundo, criou uma certa expectativa que no decorrer da semana deixou de ser um programa natural. O desejo era que fosse natural, mas se tornou uma exigência: eu precisava sair de lá com um texto incrível, afinal, eu estava no cenário e uma fonte de inspiração perfeita para escrever páginas e páginas.
O fato é que fui pega de surpresa depois do meu planejamento mental. Às vezes é preciso apenas sentir e ouvir os conselhos sábios do silêncio. Quem sabe, esse silêncio não seja a voz da minha própria companhia pedindo um tempo de qualidade comigo mesma e sem pressa de ir embora?
Com carinho, JouJou!